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Foto: Nathália Schneider (Diário)
Assim como nos demais dias da missão, a comunidade caçapavana se fez presente. Na Escola Estadual Professora Gladi Machado Garcia, em Minas do Camaquã, a história da localidade, que já foi referência na mineração de cobre, foi contada pelo estudante Lorenzo Oliveira Pergher, 16 anos. Ele mostrou que no geoparque Caçapava passado e futuro andam juntos.
— Aqui não fala só um menino de 16 anos, fala uma pessoa que daria tudo para ver este lugar brilhar como brilhava em outros tempos. Na escola visitamos as minas e ficamos muito curiosos, então começamos uma pesquisa para resgatar essa história — explica Lorenzo.
Foto: Nathália Schneider (Diário)Foto: Nathália Schneider (Diário)Foto: Nathália Schneider (Diário)
Além disso, o poder público já assumiu o compromisso de dar continuidade aos investimentos em prédios históricos e geossítios de Caçapava do Sul. De acordo com o secretário de Cultura e Turismo, Stener Camargo, a pasta já assinou o contrato que vai garantir a elaboração de um projeto arquitetônico para a restauração do Cine Rodeio, um cinema inspirado nos saloons do oeste norte-americano.
— Minha família é da região de Minas do Camaquã. Então, eu cresci ouvindo histórias sobre o local. As minas forjaram as pessoas, as riquezas e os patrimônios que vemos aqui. E não queremos que essa história se perca, assim, a ideia é criar um espaço museológico — adianta Stener.
Ufologia e histórias sobrenaturais
Foto: Nathália Schneider (Diário)
O céu noturno de geossítios como Guaritas e Minas do Camaquã atrai turistas de todo o Brasil. Além da bela vista das estrelas e da lua, o local também é uma referência para os entusiastas da ufologia. O ET Caçapavano, personagem que faz sucesso no Instagram, entende bem sobre o assunto:
— Desde pequeno ouço muito sobre ovnis, luzes e outros fenômenos que surgem no céu de Caçapava e chama a atenção. Isso tem muito a ver com a questão dos minérios que reluzem. Então, criei esse personagem para divertir a população e, ao mesmo tempo, mostrar como Caçapava é linda. Com muito bom humor e diversão, tem dado certo.
Diversidade cultural
Foto: Nathália Schneider (Diário)Foto: Nathália Schneider (Diário)Foto: Nathália Schneider (Diário)Foto: Nathália Schneider (Diário)Foto: Nathália Schneider (Diário)Foto: Nathália Schneider (Diário)
Não é apenas a geodiversidade que se destaca em Caçapava do Sul. Em visita ao Clube Recreativo Harmonia, que há mais de 50 anos reúne esforços para valorizar e incentivar a promoção da cultura afro-brasileira, os avaliadores puderam conhecer o trabalho do mestre Tio Cida, do grupo de capoeira Herdeiros da Ginga, dos moradores da comunidade quilombola Picada das Vassouras, além de outros empreendimentos voltados ao empoderamento e geração de renda.
Para a coordenadora da Coordenadoria Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Caçapava do Sul (Compir), Cátia Cilene Dutra, a possibilidade de reconhecimento pela Unesco pode dar mais visibilidade à diversidade cultural:
— É fundamental fazermos parte dessa história. Quando falamos em religião afro, por exemplo, estamos nos relacionando diretamente com a terra. E essa é a ideia de um geoparque. Por isso, estamos esperançosos pelo reconhecimento que certamente ajudará na geração de renda e qualidade de vida da população.
Foto: Nathália Schneider (Diário)Foto: Nathália Schneider (Diário)Foto: Nathália Schneider (Diário)
E em clima de final de missão, a emoção tomou conta na Fazenda e Novelaria Santa Marta. Lágrimas e abraços coletivos celebraram o envolvimento da comunidade, dos empreendimentos e da equipe gestora.
Locais visitados no terceiro dia
Café colonial no Guaritas Hostel
Geossítio Minas do Camaquã, cidade mineradora do século 20
Escola Gladi Machado Garcia
Cine Rodeio e prédios históricos do local
Fazenda e Novelaria Santa Marta
Mirador Guaritas
Vem aí
Em breve, a Região Central poderá ter o terceiro geoparque. O Instituto Federal Farroupilha de São Borja, a UFSM e a Unipampa trabalham no inventário geológico de seis municípios. Fazem parte do território os municípios de São Pedro do Sul, São Francisco de Assis, Nova Esperança do Sul, Mata, Jaguari e São Vicente do Sul.
A professora do Instituto Federal Farroupilha Aline Kunst acompanhou a missão para trocar experiências:
— Por enquanto, nosso projeto é bem inicial. Começamos os trabalhos ano passado e agora está sendo realizado o inventário geológico para mapear as potencialidades naturais das cidades envolvidas.
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